Já não é exatamente um segredo a possibilidade de uma segunda onda de contágios da COVID-19, uma vez que, embora determinados lugares estejam se livrando da quarentena aos pouquinhos, os casos seguem aumentando em geral. Durante uma coletiva realizada nesta segunda-feira (19), a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta para essa segunda onda, principalmente no que diz respeito à Europa e aos Estados Unidos.
Na ocasião, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, declarou: “Na sexta-feira, falamos da fase preocupante em que a pandemia da COVID-19 entrou. À medida que o Hemisfério Norte entra no inverno, vemos os casos se acelerarem, principalmente na Europa e na América do Norte”.
Enquanto isso, o diretor de emergências da OMS, Mike Ryan, também lembrou da Ásia, onde alguns países têm registrado aumento nas infecções e afirmou que o mundo está entrando em uma segunda onda da pandemia. “A segunda onda está chegando. Quando vemos a Ásia, vemos que países que foram pouco afetados na primeira onda estão sendo mais afetados agora”, alertou. “Temos que estar preparados para abrir mão do que gostamos neste momento”, completou Ryan.
Já a líder técnica, Maria van Kerkhove, afirmou que os países e os sistemas de saúde já sabem o que fazer e como achatar a curva de transmissão nas comunidades. “Este vírus opera em clusters e precisa das pessoas para se propagar”, relembrou. Ela ainda fez um pedido para que os países evitem eventos coletivos e reuniões presenciais, principalmente em lugares fechados. “Temos que rastrear e localizar todos os casos. Os indivíduos infectados devem ser quarentenados fora de casa e por 14 dias. Isso significa não sair de casa, não ir trabalhar, não receber visitas”, ressaltou a líder.
Além disso, durante a coletiva, a OMS informou que 184 países aderiram à aliança internacional Covax, uma iniciativa liderada pela entidade que irá garantir a compra equitativa da futura vacina contra a doença que tem preocupado nesse ano de 2020. Em setembro, essa aliança global a distribuição e acesso igualitário de vacinas passou a ter o Brasil como integrante, a partir da Medida Provisória 1003/20. A iniciativa reúne diferentes governos pelo mundo e fabricantes de imunizantes.
A adesão brasileira ao Covax Facility não significa que o país precisará, obrigatoriamente, adquirir as vacinas contra a COVID-19 aprovadas pelo programa. Essa decisão dependerá de análise técnica e financeira para cada caso. Isso porque o Brasil já possui acordos próprios com o imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e outro com a farmacêutica Sinovac, na China. Caso a compra de uma das vacinas contra a COVID-19 for interessante para o Brasil, será feita com dispensa de licitação. Além disso, a medida provisória também autoriza o governo a colocar recursos próprios na iniciativa global.
Fonte: OMS (19/10/2020).
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