19 de abril de 2024

Bolsonaro critica Cid em live e diz não ter habilitação para dirigir retroescavadeira

O presidente Jair Bolsonaro criticou indiretamente nesta quinta-feira (20) o senador Cid Gomes (PDT), baleado ao investir com uma retroescavadeira contra um quartel tomado por policiais militares amotinados no Ceará, e disse não ter habilitação para dirigir o veículo.

Na primeira menção, criticou reportagem que diz que um vereador bolsonarista liderou o motim no quartel no Ceará. Alfinetando a imprensa, Bolsonaro disse:

Em seguida, perguntou a Onyx o que se ele achava que “aquele cara lá, não fala o nome dele não, que subiu no trator e foi empurrar o portão lá com crianças, com mulheres, ele agiu corretamente ou não, não fala o nome dele não?”.

— Evidente que não, né presidente. Aí é uma irresponsabilidade, um desequilíbrio, um ato que colocou em risco a vida de muitas e muitas pessoas. E é evidente que quando tu tem tua vida em risco, tu tem o direito à legítima defesa — respondeu o ministro.

Cid Gomes, que tem 56 anos e está licenciado do Senado desde dezembro para atuar nas eleições municipais no Ceará, dirigia a retroescavadeira e tentou investir contra o portão do batalhão tomado por PMs. O trator foi alvejado e teve os vidros estilhaçados.

Cerca de cinco minutos depois, Bolsonaro chamou para o vídeo o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ) e comentou que deve passar o Carnaval no Guarujá (SP). Em seguida, afirmou que, por segurança, precisa ficar em lugares reservados. Ainda assim, continuou, disse que sempre procurar “dar uma fugidinha”.

— Na penúltima vez eu dei uma fugida de moto lá pela cidade. A imprensa foi logo atrás para saber se eu tinha habilitação ou não — ironizou. — Olha, eu não tenho habilitação para dirigir retroescavadeira, isso eu posso garantir para vocês. Mas motocicleta, eu tenho — completou.

Bolsonaro também falou sobre o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para reforçar a segurança no Ceará. A medida, que autoriza o envio de membros das Forças Armadas ao Estado, vai vigorar até 28 de fevereiro e atende a um pedido do governador Camilo Santana (PT).

O presidente aproveitou para defender um projeto de lei que enviou ao Congresso em novembro do ano passado para isentar de punição militares e policiais envolvidos em operações de GLO.

 Ele afirmou que, após o Carnaval, vai procurar os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para pedir que pautem o projeto.

— Em GLO, os militares têm que ter excludente de ilicitude. Ou seja, acabou a missão, eles vão para casa. Não está preocupado em receber a visita de um oficial de Justiça e depois responder, se for militar, se for uma auditoria militar, pegar até 30 anos de cadeia — criticou.

— É uma irresponsabilidade. Até 30 anos de cadeia nesse garoto que tem uma namorada, que tem um time de futebol, que tem uma vida social, que é um inocente. E que por estar com um fuzil, é atacado muitas vezes e reage. Vai que morre inocente, porque pode morrer inocente. De quem é a responsabilidade?

Bolsonaro criticou ainda os defensores de direitos humanos, a quem chamou de otários que “ficam soltando pombinha na lagoa Rodrigo de Freitas, botando cruzinha na praia de Copacabana, abraçando um monumento qualquer, achando que, dessa maneira, o vagabundo vai se preocupar”.

— Ele só pode é morrer de rir desses otários aí — disse.

Fonte: Guachazh Politica (20-02-2020)

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