29 de março de 2024

Silval afirma que chefe do MPE sabia de extorsões de deputados e nada fez

Ex-governador Silval Barbosa disse em oitiva na CPI do Paletó que buscou ajuda do Ministério Público enquanto era extorquido por deputados, mas Paulo Prado nada fez

o ser ouvido pela segunda vez na Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI do Paletó na Câmara Municipal de Cuiabá, o ex-governador Silval Barbosa afirmou que o ex-chefe do Ministério Público Estadual, o procurador Paulo Prado, sabia que deputados estaduais estavam lhe extorquindo dinheiro para garantir governabilidade e não atrabalharem o andamento de obras de infraestrutura do programa Mato Grosso Integrado. A declaração foi feita nesta segunda-feira (2).

De acordo com Silval, Prado chegou a recebê-lo em audiência, mas não adotou qualquer providência de modo que ele enquanto governador cedeu à pressão a prometeu pagar uma propina de R$ 600 mil para cada um dos parlamentares.

Os fatos remetem ao período entre 2012 e 2013, o que resultou na gravação de vídeos mostrando depuptados e ex-deputados recebendo maços de dinheiro, dentre eles o hoje prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), alvo da CPI no Legislativo Cuiabano.

Durante a oitiva, Silval afirmou que se reuniu com Paulo Prado por duas vezes e relatou que estava sendo presissionado pelos deputados e membros de outra instituição, no caso o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), que ameaçavam prejudicar o andameanto de obras de asfastamento no programa MT Integrado.

Em um dos encontros, segundo o ex-governador, foi comentado sobre a possibilidade de gravar os deputados o extorquindo e exigindo pagamento de propina. Porém, na prática isso não foi adiante por parte do Ministério Público.

“Expliquei que não era só a Assembleia, que eram outros, como o Tribunal de Contas”, disse Silval em referência aos cinco conselheiros da Corte de Contas que estão afastados desde setembro de 2017 acusados de terem recebido R$ 53 milhões em propina paga por ele.

Por fim, ele aceitou pagar R$ 600 mil para cada deputado dividido em 12 parcelas, conforme combinado com uma comissão formada na Assembleia por alguns deputados. No decorrer os pagamentos, de acordo com o ex-governador, os deputados faziam muita pressão e iam ao gabinete cobrar ele e Silvio Cézar Corrêa Araújo, seu então chefe de gabinete. Por isso decidiram gravar os pagamentos.

Conforme ele, Emanuel Pinheiro não integrou a comissão que combinou as propinas, mas participou do esquema e recebeu. “Ele só pressionava quando atrasava”, disse Silval quando questionado pelo vereador Luis Cláudio (PP), líder do prefeito na Câmara sobre o a participação de Emanuel no esquema.

Sobre a denúncia de que Paulo Prado sabia das extorsões, a Câmara de Cuiabá não tem competência para instaurar qualquer investigação. No entanto, o vereador Diego Guimarães (PP) sugeriu que cópia da oitiva seja enviada ao Ministério Público com pedido de informações para saber se houve adoção de alguma providência.

Fonte: Agora Mato Grosso (02-03-20). 

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