O abate de fêmeas no Brasil atingiu o menor patamar em uma década. Foram 10,8 milhões de animais em 2020, 18% a menos que em 2019, quando 13,2 milhões de fêmeas foram encaminhadas aos frigoríficos. Os números são do IBGE e foram compilados pela Neo Agro Consultoria.
Segundo a consultoria, “a queda no abate de vacas foi maior do que a registrada em novilhas, apontando que os produtores optaram por reter até mesmo as fêmeas que poderiam ser descartadas”.
Foram abatidas 7,7 milhões de vacas, queda de 19,5% em relação ao ano anterior. Já os abates de novilhas, chegaram a 3,1 milhões, recuo de 13,7%.
Diretor da Neo Agro Consultoria, Luciano Vacari explica que a maior retenção tem como foco a produção de bezerros. “Quando a arroba está em alta, o bezerro se valoriza e o abate de fêmeas cai, justamente para garantir produção e aproveitar a alta. Com a grande procura por bezerro e consequente valorização, o pecuarista optou por segurar a vaca no pasto”, comenta.
Como consequência, a oferta de bezerros tende a aumentar. “A longo prazo, isso representa que a oferta de animais deve aumentar a partir de 2022, quando os animais deverão ser desmamados. E quando a oferta aumentar, o preço tende a cair e a retenção de vaca passa a representar prejuízo, o que poderá ser observado nos próximos anos”, conclui.
Fonte: www.canalrural.com.br (31/03/2021).
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