23 de abril de 2024

Comerciantes são ouvidos sobre paga-mento de “mensalidade do crime” em MT

Os comerciantes arcavam com uma taxa mensal que variava de R$ 100 a R$ 500 e seus estabelecimentos eram marcados com um adesivo que funcionava como um sinal de que aquele local não poderia ser assaltado.
Por G1 MT
20/12/2019 19h34 Atualizado há 14 horas

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos (Derf), iniciou a primeira fase da Operação Reditus, que investiga um esquema em que comerciantes foram submetidos a pagar uma “mensalidade do crime” a uma organização criminosa para não terem seus estabelecimentos furtados e roubados.

Segundo as investigações, os comerciantes arcavam com uma taxa mensal que variava de R$ 100 a R$ 500 e seus estabelecimentos eram marcados com um adesivo que funcionava como um sinal de que aquele local não poderia ser assaltado.

De acordo com a polícia, 20 comerciantes já confirmaram o pagamento e a suspeita é de que esse número chegue a 300.

Donos de caminhonete também pagavam para não ter os veículos levados e os integrantes dessa facção criminosa também.

Cerca de 140 policiais foram mobilizados para essa operação que já teve 107 mandados cumpridos em três cidades de Mato Grosso e uma em Mato Grosso do Sul (MS). Foram 66 prisões, sendo 48 em Rondonópolis, e 41 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estavam detentos da Penitenciária Major Eldo Sá Corrêae, a Mata Grande, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, e da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

O delegado que conduziu as investigações, Santiago Sanches, disse que os investigados responderão por tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura, roubo de veículos e extorsão.

“Quem já está preso responderá por um novo processo que seguirá perante a 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Nós esperamos concluir as investigações da operação num período de 30 dias, pelo menos a primeira fase dela”, explica o delegado.

 

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